DRAMA HUMANO ou PROBLEMA POLITICO?

“Alexandre já conhecia o ser lendário que era Diógenes, conhecia-o de nome e referência, mas ao vê-lo, não pode evitar o espanto. Filósofo e célebre, metido em farrapos, morando em um tonel, desapegado de todos os bens materiais, era um mágico quando falava ao povo.
Consideravam-no como sendo o mais sábio dos homens. Vendo-o assim, praticamente um mendigo ali frente ao rei, o filho de Felipe não apenas o saudou como disse: que os deuses te guardem, Diógenes – e indagou – Desejas alguma coisa?
- Sim, Alexandre da Macedônia.
- Que desejas?
- Quero que te afastes um pouco e não me tires a luz do Sol.
- Isso, apenas isso? – Alexandre renovou a pergunta.
-        Nada mais e nada menos que isso – respondeu o filósofo que, sempre indiferente às posições dos homens, se dirigia a todos como iguais.
-         
- Eu, não fosse Alexandre, gostaria de ser Diógenes – confessou.
- Por que? Mas Por que?
-                    É fácil saber, Diógenes. E digo que, para suportar o destino, temos um dilema: desprezá-lo ou dominá-lo. Tu, Diógenes, sabes desprezá-lo. E o desprezo é a mais invencível das forças.”

Uma coisa Legal dessa estória é que ela tem mais de 2mil anos e no entanto é hiper atual. Ao invés de um imperador rei e um filósofo mendigo conversando nas escadarias do Parthenon, podemos pensar em um empresario playboy e um hippie maluco conversando nas escadarias da Lapa, cada um com seus problemas apesar dos títulos que a sociedade tinha pra dar pra eles. Alexandre por exemplo, num ataque de perereca, atravessou um amigo com uma lança, amigo esse que salvara sua vida anos atras, e batata, crise de consciência pro imperador da Macedônia, que era um cara que saia por aí abrindo franquia do estado Grego em outros países e se drogava tanto que morreu de cirrose bem antes dos 40 anos de idade. Diógenes por sua vez, vivia num barril, não tinha emprego formal, costumava tomar porrada da policia quando era pego tocando punheta em publico e por fim, conseguiu alguém preocupado o bastante pra tomar nota de um lamento seu quanto a isso:
Ah, que pena não seja possível viver esfregando apenas a barriga!